Pecuária de leite no Brasil gera baixa emissão de carbono

Pecuária de leite no Brasil gera baixa emissão de carbono, comprova estudo da Embrapa

Uma pesquisa conduzida pela  Embrapa Pecuária Sudeste (SP)  comprovou que a pecuária de leite do Brasil gera baixa emissão de carbono. O país é um dos maiores produtores de leite do mundo, com uma produção que chega a 35 bilhões de litros por ano, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial. As propriedades são em sua maioria, de pequeno e médio porte e estão distribuídas em 98% dos municípios brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo realizado revelou que nos sistemas intensivos de produção são necessárias 52 árvores por vaca para chegar ao leite carbono zero. Já nos sistemas extensivos (de baixo nível tecnológico) a quantidade é de 33 eucaliptos. De acordo com a Embrapa, o plantio de árvores é uma estratégia de compensação da emissão de gases de efeito estufa (GEEs) que pode ser usado por pecuaristas para que a pecuária seja mais sustentável e voltada para a descarbonização. O trabalho foi divulgado na publicação internacional Frontiers in Veterinary Science.

Nesta pesquisa, os cientistas avaliaram o efeito de vacas holandesas (HPB – Preto e Branco) e de jersolandas em diferentes níveis de intensificação – pastejo contínuo com baixa taxa de lotação e rotacionado irrigado com alta taxa de lotação – e a interação entre esses dois fatores na mitigação de GEEs.

Durante o experimento, que considerou os modelos produtivos intensivo e extensivo, foi realizado um balanço entre emissões e remoções de GEE, por meio do sequestro de carbono do solo. Assim, foi possível calcular o número de árvores necessário para mitigar a emissão e o efeito poupa-terra.

“Considerando apenas a raça, na comparação entre as holandesas e as jersolandas, estas são mais eficientes em relação às emissões. Com o plantio de 38 árvores por vaca, o produtor faz a compensação; os que utilizam a raça holandesa precisam de oito árvores a mais por vaca”, diz a Embrapa.

Para a pesquisadora Patrícia P. A. Oliveira, o fato de a pecuária brasileira utilizar, principalmente, pastagens traz uma grande vantagem ao país. Ela explica que por conta de os bovinos serem criados a pasto, a necessidade de árvores para a compensação das emissões de GEEs é menor.

Vantagem com o efeito poupa-terra

Outro benefício identificado na pesquisa foi o efeito poupa-terra. Segundo a Embrapa, trata-se de tecnologias adotadas pelo setor produtivo que permitem incrementos sustentáveis na produção total em uma mesma área, evitando a abertura de novas áreas para produção agropecuária.

“A adoção de raças adequadas e a intensificação de sistemas de produção pecuária a pasto são alternativas para otimizar o uso da terra pelo setor”, destaca Oliveira. A cientista revela que os dados demonstraram que a intensificação das pastagens contribui para elevar a produção de leite e para a economia de 2,64 hectares de terra.

A pesquisa foi conduzida na fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), por dois anos, e contou com o apoio financeiro da Embrapa, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

(Com informações da Agência Embrapa)

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