Chineses protestando contra a política de covid zero

Protestos na China podem afetar o Brasil?

No último final de semana (25/11/2022) começaram a circular cenas impensáveis vindas da segunda maior economia do mundo. Milhares de chineses estão nas ruas protestando contra as medidas rádicas anti-Covid impostas pelo PCC (Partido Comunista Chines).

A política de Covid zero da China conseguir fazer com que a maior população do mundo tivesse menos de 31 mil mortes em quase 3 anos. Entretanto, isso não quer dizer que a população está satisfeita com esses números.

O governo chines usou as mais variadas formas para reprimir sua população, que vão desde impedir pais de verem seus filhos, pessoas presas em casa ou sendo monitoradas por drones, ao melhor estilo Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, do escritor britânico George Orwell.

Contudo, o estopim que deu origem aos protesto foi um incêndio em um prédio que matou 10 pessoas. Segundo a revista Veja, a região estava a 3 meses sobre os rígidos bloqueios anti-Covid, o que impediu a chegada dos bombeiros.

Como protestar em uma ditadura?

Como todos nós sabemos, protesto e regimes autoritários são duas coisas que não combinam. Nesse sentido, uma das imagens que chamou atenção do mundo foi a de um grupo de chineses segurando folhas de papel em branco. Uma forma de protesto não só contra as medidas extremas anti-Covid, mas também censura do país.

Manifestantes seguram folhas em branco durante uma manifestação em Pequim
(Imagem: Reprodução / Michael Zhang AFP)

Além disso, quem tem mais experiência com tecnologia está alterando os VPN (Virtual Private Network) para poderem divulgar imagens, vídeos e até organizar manifestações pelo Twitter e Instagram. Vale lembrar que essas redes ocidentais são bloqueadas na China.

Outra pauta que começa a aparecer nas manifestações são os pedidos de renúncia de Xi Jinping, que esse ano alterou a constituição chinesa para assumir um terceiro mandato. Os usuários das redes sociais também recorreram a trocadilhos para falar sobre os protestos, usando termos como “casca de banana”, que tem as mesmas iniciais do nome do presidente Xi Jinping em chinês, e “mousse de camarão”, que soa semelhante à frase “renúncia” no idioma.

Protestos na China e o Mercado Brasileiro

A semana começou com negociação em baixa para as bolsas asiáticas e europeias, assim como os futuros americanos. Na manhã desta segunda-feira (28) as commodities operaram no vermelho, gerando temor de uma possível recessão a nível global, provocada pelos ciclos de altas de juros e pela desaceleração na economia chinesa.

Reforçando a tese de que a demanda por commodities deve cair e preocupando ainda mais o mercado brasileiro, já que os últimos dois anos nós atingimos um nível inédito de dependência econômica do mercado chinês. Os chineses compraram um terço das nossas exportações (38,1%), o trio de commodities mais vendidos para eles são minério de ferro, soja e petróleo.

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