Conheça o spray que produz plantas geneticamente modificadas

A biotecnologia anda de mãos dadas com o agricultor. Graças aos esforços dos cientistas, os produtores rurais têm acesso hoje a variedades de plantas que exigem menos água, produzem mais e são mais resistentes a pragas e doenças. Contudo, o desenvolvimento de uma nova variedade geneticamente moditicada é algo caro e leva muito tempo. Pelo menos essa era a realidade, pois pesquisadores do RIKEN Center for Sustainable Resource Science do Japão desenvolveram recentemente um spray bioativo capaz de alterar geneticamente plantas normais.

Os pesquisadores, liderados por Masaki Odahara, tinham a intenção de criar moléculas bioativas que pudessem ser pulverizadas nas lavouras para entrar diretamente nas células das plantas.

Um dos primeiros candidatos que os cientistas procuraram eram cadeias de aminoácidos conhecidas como peptídeos penetrantes de células (CPPs). Estudos anteriores mostraram que tais peptídeos são capazes de entregar moléculas em estruturas dentro de células vegetais, como os cloroplastos que realizam fotossíntese.

Para ver quais peptídeos funcionariam melhor, os pesquisadores marcaram vários CPPs naturais e sintéticos com sinais de fluorescência amarela e, em seguida, pulverizaram esses CPPs nas folhas de agrião, soja e tomate. Com um microscópio de varredura a laser descobriu-se que vários dos peptídeos tiveram sucesso em infiltrar suas células, fazendo com que elas fluorescessem amarelo.

Experimentos adicionais mostraram que plasmídeos – que são frequentemente usados para transferir genes exógenos para plantas – poderiam ser transportados para as folhas das plantas depois de serem anexados a CPPs pulverizados. Outras biomoléculas anexadas fizeram com que as folhas desenvolvessem temporariamente mais poros, permitindo que uma maior quantidade do spray fosse absorvida.

Finalmente, os cientistas voltaram sua atenção para uma planta que havia sido tradicionalmente geneticamente modificada (da maneira tradicional) para expressar excessivamente a fluorescência amarela em suas folhas. Ao anexar RNA que interfere nessa atividade a um CPP e, em seguida, pulverizar esse CPP nas folhas da planta, os pesquisadores conseguiram silenciar com sucesso a fluorescência amarela, demonstrando a possibilidade de transformar as plantas por essas moléculas bioativas.

(Com informações do Agrolink)

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