A startup brasileira Tarvos encontrou uma solução inteligente para enfrentar um problema constante na vida dos agricultores brasileiros: as pragas. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os insetos são responsáveis por um prejuízo anual de US$ 15 milhões no Brasil.
A startup, que foi um dos destaques da Digital Agro em 2020, desenvolveu uma armadilha inteligente que atrai os insetos com feromônios. O equipamento conta com uma câmera que faz o registro das pragas capturadas e transmite os dados via satélite.
A utilização de tecnologias como essas se torna essencial, principalmente porque as pragas estão se tornanco resistentes aos pesticidas. Isso acontece devido à utilização errada e em larga escala desses produtos. Como resultado, os produtos tornam-se ineficazes.
“A cada ano, quase 5 milhões de toneladas de mais de 600 tipos diferentes de partículas químicas são aplicados nas lavouras no mundo todo, mas apenas 1% é eficaz”, diz o diretor-executivo (CEO) da Tarvos, Andrei Grespan.
A armadilha inteligente da Tarvos atrai os insetos com feromônios. Ao transmitir os dados capturados via satélite, os algoritmos de reconhecimento de imagem permitem o monitoramento das pragas em tempo real e on-line, medindo a dinâmica populacional de insetos de forma constante e simultânea.
O relatório com as informações coletadas, com os talhões mais suscetíveis a pragas, são enviados via WhatsApp, auxiliando nas tomadas de decisões no uso de insumos químicos ou biológicos na melhor janela possível de aplicação. Essa tecnologia, que conta com uma precisão de até 98%, monitora as principais espécies de pragas que atingem as plantações no Brasil.
Para a utilização dessas armadilhas o produtor não precisa investir em uma infraestrutura especial. Os próprios equipamentos já contam com comunicação via satélite e sistema de geração de energia solar. “A instalação é do tipo plug-and-play, ou seja, basta instalar o equipamento na lavoura que ele passa a operar imediatamente”, explica Grespan.
Ele diz ainda que a solução é utilizada por pequenos produtores, cooperativas agrícolas e até multinacionais. “Nossa base de cobertura é de 180 mil hectares e devemos atingir 300 mil até o pico da safra de verão, em dezembro”, comentou o CEO da Tarvos.
(Com informações do Canal Agro / Estadão)