Uma pesquisa apresentada no fim de outubro durante o 7º CNMA (Congresso Nacional das Mulheres do Agro) mostrou que a desigualdade entre homens e mulheres no agro está longe de acabar. Atualmente cerca de 1 milhão de mulheres é administradora de negócios rurais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somando aproximadamente 30 milhões de hectares. Contudo, elas ainda são minoria, já que os homens administram 80% das fazendas no país.
Ao todo 400 mulheres foram ouvidas e entre os desafios enfrentados, a pesquisa mostrou que elas ainda sofrem preconceito intelectural, apesar de terem escolaridade maior do que os homens.
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que no Brasil, 9% das mulheres, empregadas possuem ensino superior contra apenas 3% dos homens. Mesmo assim elas afirmaram sofrer preconceito em relação às oportunidades para o topo da carreira.
Carolina Verginelli, sócia da consultoria Deloitte e uma das coordenadoras da pesquisa disse à Forbes que a tecnologia que vem sendo aplicada no campo vai resultar na necessidade de pessoas mais qualificadas. “Eu quero enxergar esse dado como uma oportunidade. Existe muita oportunidade para as mulheres do agro por conta da qualificação”, afirma.
Ao serem questionadas de onde vem os maiores desafios e preconceito que sofrem, 48% respondeu gestores e líderes, 38% disseram que estão nos próprios colegas de trabalho do gênero masculino e 26% delas mesmas.
Para as mulheres entrevistadas, os motivos que levam a não acreditarem que conquistarão um cargo de liderança estão relacionado a:
62% = baixo número do público feminino em cargos de liderança
57% = falta de políticas e processos que incentivam a inclusão feminina
35% = mulheres não se sentem escutadas nas reuniões de associações
28% = baixo interesse do público feminino em se candidatar a tais cargos
14% = eventos e feiras são mais focados no público masculino
9% = falta de alinhamento com as pautas das associações.
(Com informações da Forbes)