Segundo um artigo do Historiador e Geopolítico De Leon Petta, independente de que ganhar as eleições de 2022, o próximo presidente será colocado diante de duas situações com poucas margens para manobras baratas”.
A primeira é a desaceleração da economia chinesa, que vai impactar profundamente o agronegócio brasileiro. A região mais atingida será o Centro-Oeste, que está atrelada excessivamente à exportação alimentar para os chineses.
A segunda será as pressões econômicas dos países europeus sobre o Brasil, que já estão dando sinais que serão grandes. Segundo Petta, se o Presidente Bolsonaro não aceitar o resultado das eleições, a pressão virá na forma de “preservar a democracia contra o golpe da extrema-direita”. Já se ele ganhar, a pressão vem para “preservar a Amazônia contra o desmatamento e o extermínio dos povos indígenas pela extrema”.
Petta afirma que, se o Lula ganhar, as pressões virão “para preservar a Amazônia contra o desmatamento do agronegócio brasileiro“. Deu para perceber que as pressões virão conforme o contexto.
É importante ressaltar que a Geopolítica é um mundo de hipocrisia, e sempre acaba se sobrepondo às questões ideológicas. Por isso, se pensarmos em um cenário em que o Brasil não fique submisso às influências externas, ocorrerá um afastamento de forma natural dos países do Atlântico Norte, segundo Petta.
Outra questão jogada sobre a mesa, são os Estados Unidos, que nunca souberam muito bem como lidar como Brasil. Eles não têm um consenso se nós somos um povo irmão e parceiro contra os blocos rivais, que apresentam potencial para prejudicar a influência norte-americana. Ou um adversário, que pode se aliar aos países rivais, um exemplo disso é o BRICS (que conta com a China e Rússia) ou possível BRICS+.
A frágil relação ambiental do Brasil com a Europa
Agora quando se trata dos europeus a história é diferente, especialmente quando falamos dos franceses, que veem o Brasil como uma força possivelmente destrutiva em relação à sua influência geopolítica, segundo Petta.
A França vê o Brasil como um grande concorrente no setor do agronegócio. Em 2019 o Ministro da Agricultura francês se disse que não assinaria um acordo com o Mercosul. Devido a um risco no aumento de produtos sul-americano para Europa.
“Não teremos um acordo a qualquer preço. A história ainda não terminou”
Disse Guillaume
“Vamos esperar para ver exatamente o que está neste texto, mas gostaria de dizer que todo o governo e eu estaremos vigilantes. Não serei o ministro que sacrifica a agricultura francesa no altar de um acordo internacional”
Continuou o Ministro
Nesse sentido, a França encabeça os países europeus na criação de lei que chamam de “importação do desmatamento”. Que não passa de um teatro da geopolítico, para não dar na cara que estão com protecionismo de mercado. Essa lei faz parte uma série e embargos a países que “não respeitem o meio-ambiente”.
De forma alguma estou negando o desmatamento, tenho consciência que ele cresceu 20% no Brasil. Mas como já afirmei anteriormente nesse artigo, a geopolítica é o mundo as aparências.
Na prática, é a ideia de ampliar as barreiras a produtos agrícolas que possam ter sido cultivados em locais desmatados, mesmo que não fique de fato provado isso. E o pior é que tais tipos de leis, visando sanções desse tipo, também serão ampliadas para a questão dos povos indígenas”.
Segundo De Leon Petta
Independente de quem ganhar as eleições deste ano, terá um grande desafio de lidar com as políticas internacionais. E se algum deles ceder às pressões, acabará atingindo o agronegócio e colocando nossa economia em risco.
Fonte/Créditos: De Leon Petta/Hoje no Mundo Militar