Córnea feita de tecidos de porcos devolve visão a cegos

Pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia, desenvolveram um biomaterial, feito a partir do colágeno da pele de suínos, que devolveu a visão a 20 pessoas cegas. Todos os envolvidos no estudo tinham cegueira decorrente do ceratocone, uma enfermidade que afeta a estrutura da córnea — camada fina e transparente que recobre toda a frente do globo ocular.

Segundo dados do Ministério da Saúde “a enfermidade atinge cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil”. Atualmente os transplantes de córnea exigem um doador humano. Por isso, apenas 1 em cada 70 pessoas necessitadas recebe o transplante.

O estudo-piloto, publicado na revista Nature Biotechnology, mostrou que o implante é seguro e restaurou a visão de 20 voluntários com êxito, a maioria deles não enxergava mais nada. Não foram relatadas complicações graves ou efeitos colaterais adversos.

Como a córnea é feita?

Imagem: Divulgação

Mehrdad Rafat e outros pesquisadores da Universidade Linköping fabricaram uma cúpula flexível e resistente, que se assemelha a uma lente de contato, extraindo e purificando o colágeno da pele suína. Depois de uma série de testes realizados com sucesso, a equipe começou a testar as córneas artificiais em voluntários humanos.

As 20 pessoas que participaram do estudo tinham cegueira da córnea devido ao ceratocone. Quatorze eram legalmente cegos antes da operação e seis tinham visão severamente prejudicada. Depois, todos melhoraram a visão. Três dos participantes eram cegos e recuperaram completamente a visão após o procedimento.

Imagem: Divulgação

A pesquisa indica que como o colágeno é uma proteína estruturada que não possui células individuais, o sistema imunológico do receptor não deve rejeitar a córnea suína. Normalmente as pessoas com córneas doadoras precisam tomar medicação por vários anos para evitar a rejeição, enquanto os envolvidos no estudo usaram colírios imunossupressores por apenas oito semanas.

“Mais ensaios clínicos serão necessários antes que a córnea vinda do porco possa se tornar mais amplamente disponível”, disse Rafat. Contudo, ele afirmou que o custo final do procedimento deverá ser bem mais acessível do que os transplantes de doadores.

(Com informações do Canal Rural)

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