As agtechs estão revolucionando o setor agrícola. De acordo com um estudo realizado pelo Distrito Agtech Mining Report, os investimentos nesses negócios ultrapassaram os US$ 160 milhões somando os aportes feitos desde 2009. Isso está refletindo diretamente na expansão das startups e, consequentemente, na contratação de novos colaboradores.
De janeiro a setembro deste ano houve um crescimento de 76% na contratação de executivos para agtechs, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram levantadas pela Michael Page, empresa de recrutamento executivo. As altas foram verificadas principalmente nas áreas de finanças, vendas, tecnologia e marketing.
As posições mais buscadas, de acordo com a pesquisa foram: desenvolvedor de software (R$ 7 mil a R$ 15 mil), gerente de desenvolvimento de negócios (R$ 15 mil a R$ 25 mil), head de marketing e expansão (R$ 25 mil a R$ 40 mil) e diretor financeiro (R$ 25 mil a R$ 40 mil).
“Temos incubadoras e lavouras no Centro-Oeste, Sul e interior de São Paulo. O corporativo costuma ficar na capital paulista. Não há mão-de-obra qualificada suficiente para atender toda a demanda porque o mercado está aquecido”, explica Stephano Dedini, diretor da Michael Page. Segundo ele, a alta demanda por profissionais em agtechs acabou provocando um “intercâmbio regional” de profissionais.
Ainda segundo o consultor da Michael Page, essa falta de profissionais especializados para o setor tem provocado uma maior procura por profissionais com formação técnica do campo com conhecimento em tecnologia para fazer interface com outras áreas.
“O profissional técnico que conhece do produto faz interface com o profissional de tecnologia. Depois, o profissional de vendas vai levar a solução nova para o produtor no campo, traduzindo os benefícios de longo prazo numa atuação consultiva. É preciso entender a dor do produtor, que não está acostumado com o volume de novas soluções surgindo. Quem participa também é o profissional de finanças, que conecta os investidores com o campo para o financiamento das empresas e ampliação de crédito ao setor. Ou seja, uma equipe de agtech é composta do fundador e bons profissionais de vendas, finanças, relação com investidores e desenvolvedores”, completa Dedini.
A empresa responsável pelo estudo realiza consultas permanentes em empresas de todos os portes (pequena, média e grande) em 14 setores de todo o Brasil. A partir dessa conversa e do entendimento das reais necessidades de contratação, os consultores consolidam essas informações e produzem a relação final dos cargos com maior possibilidade de demanda das empresas.
Confira a relação dos cargos em alta no agronegócio
Desenvolvedor de software
Faz parte do time técnico de desenvolvimento de software buscando novos produtos e soluções para atender o mercado.
Salário: R$ 7 mil a R$ 15 mil + remuneração variável
Gerente de desenvolvimento de negócios
O que faz: É a conexão entre o campo e a empresa, educando os produtores sobre as plataformas e novas soluções, fechando parcerias para melhoria do desempenho operacional.
Salário: R$ 15mil a R$ 25 mil + remuneração variável
Head de marketing e expansão
O que faz: Este profissional é responsável em trazer uma visão de crescimento e aquisição de novos usuários na plataforma, aumentando não só a visibilidade da marca no mercado mas a atratividade com os clientes já ativos.
Salário: R$ 25mil a R$ 40 mil + stock options
Diretor financeiro
O que faz: Este profissional tem toda a estrutura de finanças como responsabilidade, principalmente com foco em captação de recursos e tesouraria. Também terá o fundamental papel de ser o rosto da empresa para os fundos de investimentos e investidores.
Salário: R$ 30 mil a R$ 45 mil + stock options
(Com informações de Ag Evolution)