O Comitê de Inovação e Tecnologia da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) fez uma pesquisa com associados, entidades do setor, academia e representantes ligados ao ecossistema empreendedor quanto à “Inovação e Competitividade do Agronegócio”.
Os dados foram coletados entre agosto e setembro, e o objetivo é que os resultados ajudem a direcionar esforços futuros para crescimento da atividade agropecuária no país.
Na pesquisa, o setor de infraestrutura foi apontado em 80% das respostas como o principal gargalo para o agro brasileiro.
Foram avaliados ainda o papel das políticas públicas, fator humano, propriedade intelectual e patentes, política internacional e acordos comerciais, financiamento e fomento à inovação e sustentabilidade para alavancar os negócios e a inovação no setor.
Com relação ao fator humano, os entrevistados destacaram que o comprometimento dos funcionários (acima de 60%) é de altíssima relevância para o sucesso das iniciativas de inovação no agro. A seguir, vieram satisfação e nível de escolaridade dos empregados (com relevância acima de 50%).
Para inserção do agronegócio brasileiro nas cadeias globais de valor, 73% dos entrevistados acreditam que é preciso investir mais em promoção comercial do país, 63% defenderam investimentos em pesquisas agropecuárias e 58% maior sinergia entre agentes públicos e privados.
No âmbito da percepção com o que contribui para a inovação e competitividade das empresas, foram destaque também o fator humano (70%) e as tecnologias 4.0 (63%). Os fatores organizacionais (54%) e ambientais (49%) apareceram na sequência.
A pesquisa apontou, ainda, que no relacionamento entre empresas consolidadas e startups, a maior competitividade do agronegócio tende a ser atingida por meio de programas pilotos ou provas de conceito, seguidos de parceria comercial.
Dentro da tecnologia 4.0, foram indicados como complicadores da adoção, além da infraestrutura de telecomunicações, a integração de sistemas, apontada como extremamente necessária por 75% dos entrevistados.
Segundo o presidente do comitê da Abag, João Comério, é preciso amplificar os resultados obtidos pelo Brasil nos últimos anos em termos de avanço produtivo e competitividade, para que o país assuma posição de liderança no fornecimento de alimentos, fibras e energia a outras nações.