Como a guerra na Ucrânia pode deixar a cerveja mais cara em 2022

A guerra na Ucrânia está impactando muito o agronegócio brasileiro, por conta da escassez de fertilizantes. Mas, existe outro produto, muito consumido pelos brasileiros, que também pode sofrer com essa situação. Além dos fertilizantes, o Brasil é dependente das importações no setor cervejeiro.

Cerca de 78% da cevada e 65% do malte consumidos por aqui em 2021 vieram do exterior, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sidicerv). E, apesar de Argentina e Uruguai serem os principais fornecedores, a redução da oferta causada pela guerra impacta todos os compradores do mundo. Rússia e Ucrânia são os responsáveis por 28% das exportações globais de cevada.

Inflação

Dados do Sindicerv, entidade que representa Ambev e Heineken (que juntas produzem quase 80% da cerveja nacional) mostram que a alta de preços em 2021 refletiu o aumento de custos da cadeia de produção, como a energia elétrica, combustíveis e commodities.

“A maior parte da importação de cevada do Brasil vem de Argentina e Uruguai. Mas, com a quebra de safra nos Estados Unidos, eles avançaram sobre o Mercosul, adquirindo cevada dos países do grupo, o que naturalmente causa escassez para o Brasil, fazendo com que os preços subam”, disse Luiz Nicolaewsky, superintendente executivo do Sindicerv.

De acordo com a Ambev, houve uma alta de custo por hectolitro (100 litros) de 16% a 19% em 2022. Em 2021 esse aumento foi de 17,4%. A estimativa foi feita antes da guerra na Ucrânia, mas segundo informações da BBC Brasil, as projeções estão mantidas, devido à política de proteção de custos (hedge, em inglês) de 12 meses.

A Heineken, mesmo antes da guerra, projetava um crescimento de custos por hectolitro na casa dos 15% em 2022, devido a aumento nos preços de commodities, energia e frete. “Compensaremos esses aumentos de custo de insumos por meio de preços, o que pode levar a um consumo de cerveja menor”, disse à BBC, em fevereiro, Harold van den Broek, diretor financeiro do grupo, em comentário sobre resultados.

A guerra apenas aumentou a pressão a este setor.

O Brasil é o terceiro maior mercado produtor de cerveja do mundo, ficando atrás de China e Estados Unidos, tendo produzido 151,9 milhões de hectolitros da bebida em 2020, de acordo com dados do relatório BarthHaas Hop Report 2020/2021.

(Com informações da BBC)

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