O grande desafio para atender a demanda por alimentos, não apenas no Brasil, mas no mundo, é produzir mais com menos recursos naturais. Afinal, diversos estudos apontam que, em 2050, teremos ao menos 9 bilhões de habitantes na Terra.
Caso o mundo (em especial a Índia) siga o mesmo caminho chinês, a atual produção de alimentos não suportará a demanda.
A China é um excelente exemplo: uma população com mais acesso a dinheiro, com mais opções de alimentos e com mais fome por produtos de qualidade. Isso ocorre ao passo em que há uma migração da área rural para a urbana. Ou seja, além de aumentar o poder aquisitivo, essa população não precisará mais cultivar o que for comer, e sim comprar diretamente das gôndolas.
Outro ponto interessante é a qualidade do que se adquire. Se o consumidor tem condições de comprar produtos de mais qualidade e em maior quantidade, dificilmente voltará ao padrão anterior. Por isso, o mundo produtivo, e mais precisamente o Brasil, será pressionado a fazer mais.
O Brasil é referência em produção agropecuária, nenhum outro país produz tanto em um mesmo período, em uma mesma área, com os mesmos trabalhadores. O produtor de grãos (soja, milho, trigo, por exemplo), pode criar suínos e gado leiteiro, ou de corte. Ele, se tiver área, pode atuar em silvicultura. Da porteira para dentro ele é o que quiser – claro, levando em conta a potencialidade/perfil de cada região.
O desafio está em fazer mais, como o mercado sempre exige, de forma sustentável, sem derrubar uma árvore sequer. Nesse sentido, além da já citada diversificação da produção, a produtividade é fundamental.
O Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) realiza anualmente o Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, em que equipes técnicas analisam lavouras do grão em todo o País para definir o agricultor mais produtivo, no sistema irrigado e sequeiro.
A edição deste ano contou com um campeão do Paraná, o produtor Laercio Dalla Vechia, de Mangueirinha, que produziu 118,82 sacas de soja por hectare. Esse é um número que deixa qualquer um de queixo caído, pois é mais que o dobro da média produtiva nacional – lembrando: em um mesmo hectare. Agora, imagine se todos os sojicultores passarem de 100 sc/ha? Se isso acontecer, e o Brasil tem condições de concretizar essa ideia, o mundo certamente será alimentado.